quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Geno Smith: A culpa é toda dele?

Primeiramente gostaria de deixar claro que é uma  opinião pessoal e não do blog como todo. Após os Jets acumularem sua sétima derrota seguida na temporada, o quarterback Geno Smith é visto como um dos culpados da campanha mais pífia do time nos últimos anos. Na última derrota, contra os Bills, o produto de West Virginia foi substituído pelo veterano Michael Vick após sofrer três interceptações em quatro posses de bola. Mas será Geno realmente o culpado de tudo isso ou é apenas uma série de fatores que está pressionando o jovem QB a cometer vários erros seguidos?

A segunda opção é a mais sensata. Por mais que o quarterback seja um segundo anista, o mesmo já deveria estar acostumado com a pressão de jogar na cidade mais midiática da liga. Mas não somente esse fator está atrapalhando Geno. Toda a unidade ofensiva dos Jets está rodeada de falhas. Falhas em que nenhum quarterback conseguiria se virar com elas.

A linha ofensiva, que foi relativamente boa ano passado, hoje está esburacada. Dela, apenas o Right Tackle Breno Giacomini e o Center Nick Mangold estão jogando em um nível aceitável. O Guard Willie Colon parece ter sido afetado gravemente pela cirurgia que realizou no bíceps durante essa offseason. O Left Tackle D'Brickshaw Fergunson está praticamente invisível em campo, não vale nem 20% do que recebe hoje em dia. O Guard Brian Winters sofreu um rompimento no ligamento do joelho e perdeu a temporada, porém, não vinha fazendo bons jogos. Oday Aboushi entrou em seu lugar, mas a substituição não surtiu efeito. As faltas de false-start, falhas na proteção do quarterback e para abrir espaços para a corrida continuaram, mesmo com o time tendo três touchdowns corridos no último jogo.

As chamadas ofensivas realizadas por Marty Mornhinweg vão de mal a pior. Muitas são questionáveis. O jogo corrido, que deveria ser uma válvula de escape para um jovem QB, não funciona corretamente graças a isso. Chris Johnson, que vem tendo a sua pior temporada da carreira, funciona melhor correndo pelo "lado de fora" da OL (ao lado direito do RT e ao esquerdo do LT e entre o RT e RG e o LT e LG) e Chris Ivory consegue correr melhor "pelo meio" (entre o C e o RG e entre o C e LG). Isso acontece pois Johnson é um RB de muita velocidade, se saindo melhor no outside e despistando os defensores com isso. Já Ivory é a definição de power-back, um tipo de RB que consegue quebrar tackles e ganhar mais jardas com isso. Porém, Mornhinweg acaba chamando corridas invertidas aos RBs, ou seja, Ivory pela lateral e Johnson pelo meio, dificultando o trabalho dos mesmos em ajudar Smith em determinadas situações.
As jogadas de passes também são duvidosas. Por mais que Geno falhe em ler as defesas adversárias em alguns lances, em outros lances, a chamada simplesmente não contribui para que o mesmo consiga encontrar algum recebedor em condição de receber o lançamento. Isso faz com que Geno segure muito a bola, o que pode levar a um sack com uma OL jogando do jeito que está.

Falando em ataque aéreo, corpo de recebedores melhorou com a adição de Percy Harvin ao roster. Apesar disso, o ex-Seahawks jogou apenas 52% dos snaps, sendo que a maioria aconteceu quando Smith já não estava mais em campo. Eric Decker sofreu uma lesão na coxa nos primeiros jogos da temporada e perdeu alguns confrontos importantes, além de jogar limitado em outros. E Jeremy Kerley, que acabou de receber um novo contrato, é um dos melhores wide receivers jogando como slot, mas como wideout, ele não consegue manter o mesmo nível.

O que se vê muito por parte dos torcedores, tanto americanos quanto brasileiros, são reclamações da "falta" de um QB no time. Já pensando no draft, alguns citam o nome de Marcus Mariota, de Oregon. Muitas reclamações também são direcionadas ao General Manager John Idzik, sendo que as principais incluem pouca agressividade na contratação de jogadores na offseason e a falta de tentativas de subir no último draft para tentar pegar jogadores que poderiam trazer um impacto maior ao time.

É errado dizer que Geno é todo o culpado dessa situação e que não deve ser mais o titular da equipe. Primeiramente, as falhas na unidade ofensiva devem ser corrigidas, principalmente em sua linha e em seu coordenador. Caso Smith continue a jogar mal mesmo com todos esses erros solucionados, então saberemos que o problema está nele e o próximo quarterback que vier a ser o titular (seja pelo draft ou pela free agency) já terá uma unidade ofensiva pronta. Caso contrário, então ficará muito claro que realmente, o problema não é/era com Geno Smith.

Por João Pedro Scarpato.

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